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5 de novembro de 2008

Compras: Impulsividade, emoção, etc

Final de ano chegando, todo mundo que gosta de tecnologia, fazendo contas para ver qual a melhor forma de gastar o 13º ou aquela mesada especial de Natal ou qualquer outra graninha extra que vem nessa época, sem jogar o dinheiro pelo ralo.


Certamente, o melhor seria que fizéssemos um esforço para poupar. Mas o brasileiro gosta de novidades, gosta de comprar e no caso de nós que temos mania por tecnologia, comprar uma novidade é algo completamente adverso á poupar. Quanto mais novo, mais bonito e mais funcional um produto eletrônico for, mais ele vai custar, normal. Não adianta reclamar, e nós realmente não reclamamos, se possuirmos os recursos financeiros para aquele produto, é quase certo que ele estará em nossas casas no "máximo no próximo final de semana".


Mas, até que ponto devemos ser tão apaixonados assim? Até que ponto podemos responder para nós mesmos "eu gosto disso, eu mereço ter e dinheiro serve pra isso mesmo"? Será que basta apenas repetir essa frase e esconder o fato de que gastamos muito com as variadas geringonças eletrônicas que tornam nossas vidas mais simples (ou não, às vezes o contrário) e com toda uma gama de aparelhos, tudo isso representado por celulares, tocadores de MP3, smartphones, home theaters, video-games, televisões, aparelhos de GPS, etc, etc.

Obviamente que se você está com todas as suas contas pagas, a geladeira está cheia e quaisquer outras despesas necessárias estão pagas, qualquer dinheirinho extra pode servir para satisfazer aquele velho sonho de assistir TV com uma tela gigante, por exemplo.

É claro que este o Mania por Tecnologia nunca iria ficar contra quem consome tecnologia. O problema é que às vezes passamos da conta comprando algo que nem usamos, ou no mínimo não empregamos nosso capital da melhor forma.

Atente para os pontos abaixo que, após ler este artigo, você provavelmente pensará um pouco mais antes de assinar o cheque ou passar o cartão:

O amor pela marca

Tem gente que não abre mão de comprar a marca X. Seja porque ela tem um grande nome no mercado ou seja porque simplesmente é a marca que a pessoa está acostumada, a marca que ela gosta. Isso é fatal. Esse amor incondicional faz com que você perca a oportunidade de conhecer um concorrente que tenha um produto de qualidade superior e às vezes um preço inferior.


Modismo e impulsividade

Essas duas palavras juntas são um terror para o consumidor de tecnologia, pelo menos depois que a moda passa, que é o momento que ele cai em si e pensa "porque diabos eu fui comprar isso", eu nem uso.

Por exemplo, eu nunca vi tanta gente gostar de música antes da moda do MP3 Player portátil, incrivelmente várias pessoas passaram a ouvir MP3 a qualquer momento que fica sozinho, mas o ápice da moda passou e com ela muitos tocadores portáteis encostados em casa.

Sentimento de status

Fácil, quem nunca conheceu pelo menos um amigo, um parente sei lá, que comprou o celular mais avançado do mercado, que toca MP3, grava e reproduz vídeos, tira fotos com muitos megapixels, para claramente poder apenas... exibi-lo? Bem, muitos dão muita importância a isso, então fica apenas a questão: vale realmente à pena?

Sub-utilização de funções ou exagero na escolha do modelo

Claro que quem está preocupado com status pode pular este ponto. Mas nós que queremos um bom produto, corremos o risco de levar um canhão para matar uma mosca. Entrar numa loja e fazer questão de um smartphone com GPS sendo que você não tem carro, pode ser um pouco exagerado. Querer um sistema de som, seja um home theater um aparelho de som, que tenha mais de 1.000 rms de potência para usar em um apartamento pequeno e sem nenhum isolamento acústico que evite problemas com a vizinhança também pode ser exagero senão descuido.



O exagero pode se tornar dinheiro totalmente jogado fora. Não saber escolher o modelo ideal do produto ou nem pensar nisso, e querer "o melhor que tiver na loja" certamente será motivo de frustração a médio ou a curto prazo. Um ótimo exemplo é a compra de uma TV, você vai pra loja querendo aquela de 40 polegadas, possui o dinheiro certinho para pagar e leva pra casa a tela enorme. Chegando em casa, nem pensa na relação tamanho da sala x tamanho da tela. Aí quando senta a menos de uns 4 metros da TV, começa a sensivelmente virar a cabeça para um lado e para o outro para ver tudo que acontece na cena.

Pior ainda, chega até a deixar de notar o que acontece em um dos cantos superiores pois estava lendo a lengeda e aí diz "essa TV é realmente grande, acho que uma de 32 polegadas seria ideal".

Uma ótima exemplo para falar de sub-utilização são os aparelhos de GPS (sistema de posicionamento global).

Considere o seguinte o cenário: John Doe compra um smartphone com GPS integrado, que atualiza os mapas rapidamente, John paga pelo serviço de dados para que possa fazer o download dos mapas, e então a localização via GPS funciona perfeitamente.

Dinheiro gasto no aparelho, dinheiro gasto todo mês na mensalidade do pacote de dados e... nosso amigo John se esquece que ele é um cara que conhece sua cidade como a palma de sua mão, nunca se perdeu. Além disso, John não costuma viajar, raramente visita uns parentes no interior do estado. Depois de 12 meses ou mais, John percebe que seu aparelho com GPS se tornou (ou já era) inútil para ele.


Alguns dirão "inútil, também não é assim", tudo bem, digamos quase inútil, já que John viaja uma vez por ano e pode lançar mão do seu GPS. Claro que a título de curiosidade, já que John conhece o caminho muito bem.

Talvez no dia que John for realmente para um lugar totalmente novo, ele possa dizer "ainda bem que comprei esse aparelhinho, nem vou olhar as placas!".

Conclusão, cada um tem um perfil de uso, sendo assim, compre algo de acordo com o seu perfil. Como no exemplo do nosso viajante esporádico, um GPS é inútil para ele, mas claro que é indispensável para um taxista, ou um vendedor que trabalhe viajando.

Pense nisso, avalie suas aquisições e boas compras.

Um comentário:

  1. Esse texto ficou excelente, e você retratou o que realmente acontece com grande parte das pessoas. Tenho um primo que é assim: possui três celulares, embora um seja da empresa, mas faz questão de mudar de aparelho a cada 4 ou 5 meses, às vezes até antes. E pra quê? Simplesmente para se exibir para a família e os amigos, mostrar que tem mesmo!
    É triste ver um homem de 28 anos tão preocupado em se exibir, e sem o mínimo de cultura. É impossível conversar algo sério com ele.
    Não digo que todos os aficcionados pelo consumo da tecnologia sejam assim, mas muitos nem sabem as funções de determinado aparelho, e só compram para mostrar que possuem mesmo...

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